terça-feira, 4 de junho de 2024

AS GRANDES NAVEGAÇÕES

 

As Grandes Navegações foram navegações oceânicas realizadas ao longo do século XV que permitiram a exploração do Oceano Atlântico. Foram possíveis graças à acumulação de conhecimento náutico e à chegada de novas tecnologias que facilitaram a navegação. O país que possuiu as condições necessárias para iniciar as Grandes Navegações foi Portugal. Ao longo do século XV, Portugal organizou inúmeras expedições no Oceano Atlântico, tendo como ponto de partida a conquista de Ceuta, em 1415. Os portugueses chegaram a uma série de ilhas no Atlântico, encontraram uma rota alternativa para a Índia, e chegaram ao Brasil no final do século XV. Os espanhóis, por sua vez, chegaram à América primeiro, em 1492.

Com a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453, o comércio entre a Ásia e a Europa sofreu um abalo. Os produtos que ali chegavam aumentaram de preço devido aos impostos que os turcos passaram a cobrar dos europeus.

Por isso, comerciantes de Veneza e Gênova, que monopolizavam o comércio marítimo, buscaram alternativas para chegar às Índias. Isto vinha ao encontro do projeto de expansão marítima de Portugal e do Reino de Castela. Desta forma, os interesses de distintos grupos voltavam-se para patrocinar as navegações pelo oceano Atlântico. A aliança entre o rei e a burguesia também contribuiu de maneira decisiva para a expansão comercial e marítima. Nesta época, os monarcas queriam centralizar o poder, num movimento histórico conhecido como absolutismo. O rei possuía prestígio, mas pouco poder e dinheiro. A burguesia tinha dinheiro, mas não poder, nem prestígio. Desta forma, rei e burguesia apoiaram e financiaram expedições para a África, Ásia e a América, e assim alcançar seus objetivos. Portugal foi o pioneiro na realização de grandes viagens marítimas. Voltado para o Atlântico e sem possibilidade de expandir-se na Península Ibérica, os portugueses preferiram aventurar-se no Mar Oceano.

Por volta do século XV, o formato da Terra ainda não era um consenso entre os estudiosos da época. Muitos, a imaginavam plana como um disco, onde os mares terminariam em um abismo infinito. Além disso, os marinheiros acreditavam na existência de monstros terríveis, que podiam afundar qualquer navio que ousasse se afastar da costa ou do mar Mediterrâneo. “O desconhecido sempre estimulou a imaginação do homem. Os habitantes da Europa dos Quatrocentos não foram exceção. Pelo contrário, costumavam ser bastante criativos em suas descrições das terras e povos que ainda não conheciam,mas estavam perto de encontrar. A crença, por exemplo, em ilhas míticas e em monstros de todas as espécies, enraizada no imaginário da gente do continente, influenciou a representação cartográfica até o século XVII e a cultura e a mentalidade européia até datas posteriores. Esses estudos mudaram a mentalidade européia. Já não se tentava explicar o mundo e seus fenômenos apenas pela fé ou pela vontade de Deus, como se fazia na Idade Média. A ampliação do mundo conhecido contribuiu para aumentar a confiança do ser humano em si mesmo e em sua capacidade de interferir nos acontecimentos, de conhecer cada vez mais, de ir cada vez mais longe. A partir da exploração do "Mar Tenebroso", que não acabava em abismos ou possuía monstros devoradores de embarcações, os peninsulares iniciaram o processo de expansão marítima, que transformou não apenas a história de Portugal e Espanha, como a de todas as civilizações que passaram a ter contato com os povos europeus. Foi a partir de então, que o mundo começou a ficar pequeno. Quando do início das “grandes navegações” havia o temor de o mundo ter um fim… Os navios despencariam em um abismo sem fim. Dá para imaginar o pavor que tomava conta dos marinheiros quando se afastavam do litoral.


 Pioneirismo Português

 

Dinastia de Avis O pioneirismo português nas grandes navegações marítimas - que culminaram nas descobertas de novas terras, na expansão do comércio e na propagação da fé cristã - se iniciou em 1385, data da subida ao trono de dom João 1º, conhecido como Mestre de Avis. O reinado de dom João inaugurou em Portugal a dinastia de Avis. Ele obteve o apoio da nobreza e dos comerciantes do reino, setores sociais que naquele período eram mais influentes política e economicamente. Com isso, dom João 1º pôde promover uma acentuada e progressiva centralização do poder monárquico, o que fez Portugal surgir como um Estado independente e bem armado militarmente. O país alcançou a estabilidade política e a paz interna, fatores que propiciaram o florescimento e crescimento do comércio estimulando, desse modo, as riquezas do reino. Essas condições foram fundamentais para colocar em prática a política de expansão marítima destinando recursos para as grandes navegações.

Posição geográfica de Portugal: de cara para o Atlântico Em sua origem, a expansão marítima portuguesa esteve associada aos interesses mercantis da burguesia do reino, ávida na busca de lucros por meio do comércio marítimo com outras regiões, sobretudo com o Oriente. Essa era uma forma de superar as limitações do mercado europeu, que estava em crise pela carência de mão-de-obra, pela falta de produtos agrícolas e a escassez de metais preciosos para cunhagem de moeda. Interessava a essa burguesia apoiar o poder real no empreendimento da expansão marítima, por meio das navegações oceânicas e dela extrair seus benefícios. Portugal também gozava de uma localização geográfica privilegiada na península ibérica. Grande parte do seu território está voltada para o oceano Atlântico. Essa posição geográfica, juntamente com as condições sociais e políticas favoráveis, permitiram ao país se projetar como potência marítima. Coube ao infante D. Henrique - filho de D. João 1o - as iniciativas para fazer Portugal inaugurar as grandes navegações oceânicas.

No início do século XV, Portugal tornou-se o centro de estudos de navegação, através do estímulo do infante D. Henrique, o Navegador. Este príncipe reunia em sua residência, em Sagres, Algarve, navegadores, cosmógrafos, cartógrafos, mercadores e aventureiros a fim de ensinarem e aprenderem os segredos dos mares. Além disso, D. Henrique patrocinou inúmeras viagens que possibilitaram a exploração da costa da África. Foi na Escola de Sagres que foram realizados, em 1418, os primeiros estudos e projetos de viagens oceânicas. Foi nela que foram aprimoradas embarcações como a caravela e aperfeiçoados os instrumentos náuticos necessários a longas viagens, como a bússola e o astrolábio, que haviam sido inventados no Oriente. Portugal passou a obter sucessivos êxitos no empreendimento ultramarino. O marco inicial foi a conquista de Ceuta, em 1415, localizada na costa do Marrocos. Em seguida, empreendeu esforços para chegar às Índias pelo mar, contornando a África.

 

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